segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

TOP 10: Melhores do Ano (parte 2)

2014 não fora um ano muito promissor para o cinema de modo geral, filmes que prometiam muito se mostraram medianos (a.k.a Interestelar) e o cenário do terror não trouxera títulos empolgantes. Porém os poucos nomes de qualidade se mostraram extremamente concisos e satisfatórios, reservando inclusiva algumas surpresas. Abaixo segue a primeira metade da lista de os melhores filmes do ano (segundo este que vos escreve), acompanhado de um curto review sobre as impressões gerais dos citados.
Lembrando que muitos títulos importantes do ano ficaram de fora, ou por não terem estreado ainda em circuito nacional ou por não estarem disponíveis para download.


10. Babadook

De longe a surpresa mais agradável do ano e vinda direto da Austrália, em uma época onde o cinema de terror não causa nada além de decepções, o filme Babadook (que marca a estreia de Jennifer Kent na direção) se apropria da narrativa do terror para apresentar um dos dramas mais densos do ano, contando a história de uma mãe a beira de um colapso nervoso que precisa lidar com um filho com transtornos que jura estar sendo atormentado pelo monstro de um livro: o Babadook.
Com uma atmosfera muito próxima a dos anos 80 (beirando o anacrônico), o filme se sustenta todo na belíssima atuação de Essie Davis interpretando a mãe do menino. A grandeza do vilão no longa, o monstro Babadook, é outro ponto alto e suas poucas aparições acabam se tornando justificáveis: O monstro na verdade é uma metáfora para com a depressão da protagonista, tratando-se de um artifício para a compreensão do universo da mesma.

09. Sob a Pele

Sob a Pele é sem dúvida o filme que mais debate gênero do ano 2014. O filme nos traz a história de uma alienígena (interpretada por Scarlett Johansson) que vaga a terra em busca de homens para matar, atraindo suas presas através da sedução. Um filme que começa com um discurso (da não existente, deixemos claro) misandria aos poucos se dissolve em uma compreensão, por parte da protagonista com o sexo masculino, de humanidade e afeto. O que no final se revela um erro, levando em conta a sequência final do filme.
Dirigido por Jonathan Glazer, que até então só havia feito o duvidoso Reencarnação (2004), e apesar de perder um pouco de seu ritmo da metade para o final, o filme se conclui de forma satisfatória. E claro, é impossível falar sobre “Sob a Pele” sem destacar sua trilha sonora: uma das melhores do ano.

Cartaz Sob a Pele (2014)
08. Guardiões da Galáxia

Sim, um filme da Marvel no top 10 – famosa por trazer filmes genéricos e de fórmula repetitiva todos os anos – é de tremenda estranheza mas, Guardiões da Galáxia merece destaque por apresentar originalidade e valor a sua narrativa, principalmente no que se trata a fotografia. Brincando com elementos como câmeras gravitacionais e falsos planos sequências, é inevitável a percepção de um refinamento no ponto destacado. Conta a história de Peter Quill (Chris Pratt) foi abduzido da Terra quando ainda era criança. Adulto, fez carreira como saqueador e ganhou o nome de Senhor das Estrelas. Quando rouba uma esfera valiosa, para escapar do perigo Quill une forças com quatro personagens fora do sistema: Groot, uma árvore humanóide (Vin Diesel), a sombria e perigosa Gamora (Zoe Saldana), o guaxinim rápido no gatilho Rocket Racoon (Bradley Cooper) e o vingativo Drax, o Destruidor (Dave Bautista).*
A qualidade do filme de forma alguma é vista com surpresa (apesar da falta de qualidade na maioria dos filmes da Marvel), pois trata-se de um filme dirigido por James Gunn. O diretor é conhecido por ter feito filmes como Seres Rastejantes (b-sider de terror de 2006) e escrever Scooby-Doo (2002), ambos divertidos e com tramas bem amarradas... o que reflete automaticamente no resultado final de Guardiões da Galáxia.

Cartaz Guardiões da Galáxia
07. The Story of Descendents/All

Um filme que trata sobre a história da banda Descendents, o nome mais relevante para o pop-punk, de uma forma sensível e inspiradora (também com um dos motion graphics mais bonitos do ano). Acompanhe a crítica completa aqui.

06. Ninfomaníaca

Lars Von Trier é sempre a polêmica de todos os anos (refiro-me a ele como Lady Gaga do cinema, fazendo promessas para obras que no final das contas não são tudo isso), depois do mediano “Melancolia” (2012) a bola da vez foi com Ninfomaníaca. O filme que fora dividido em duas partes (ordem da distribuidora, visando lucros maiores) é mais uma vez abaixo daquilo que fora prometido, mas ainda assim é um filme interessante e irreverente. Contando a história de uma ninfomaníaca chamada Joe, interpretada por Charlotte Gainsborg, a qual é encontrada em um beco, por um homem mais velho chamado Seligman (Stellan Skarsgard). A partir daí a história de desenrola com uma retrospectiva narrada pela protagonista, e que é dividido em dez partes, e é justamente essa divisão um dos pontos altos do filme. A divisória narrativa permite que diferentes universos de Joe sejam apresentados ao longo do filme, e a cada vez que um capítulo entra em cena elementos como arte e direção de fotografia também apresentam suas variações. Outras características do diretor também se fazem presentes (desde diálogos em off até montagem com jump-cuts). No final das contas Von Trier realiza uma obra concisa e coerente com o restante da carreira do autor: polêmica gratuita acompanhada de qualidade técnica.

Confira os cinco primeiros colocados clicando aqui.

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