2014 não fora um ano muito promissor para o cinema de modo geral, filmes que prometiam muito se mostraram medianos (a.k.a Interestelar) e o cenário do terror não trouxera títulos empolgantes. Porém os poucos nomes de qualidade se mostraram extremamente concisos e satisfatórios, reservando inclusiva algumas surpresas. Abaixo segue a primeira metade da lista de os melhores filmes do ano (segundo este que vos escreve), acompanhado de um curto review sobre as impressões gerais dos citados.
Lembrando que muitos títulos importantes do ano ficaram de fora, ou por não terem estreado ainda em circuito nacional ou por não estarem disponíveis para download.
Lembrando que muitos títulos importantes do ano ficaram de fora, ou por não terem estreado ainda em circuito nacional ou por não estarem disponíveis para download.
10. Babadook
De longe a surpresa mais
agradável do ano e vinda direto da Austrália, em uma época onde o cinema de
terror não causa nada além de decepções, o filme Babadook (que marca a estreia
de Jennifer Kent na direção) se apropria da narrativa do terror para apresentar
um dos dramas mais densos do ano, contando a história de uma mãe a beira de um
colapso nervoso que precisa lidar com um filho com transtornos que jura estar
sendo atormentado pelo monstro de um livro: o Babadook.
Com uma atmosfera muito próxima a
dos anos 80 (beirando o anacrônico), o filme se sustenta todo na belíssima
atuação de Essie Davis interpretando a mãe do menino. A grandeza do vilão no longa,
o monstro Babadook, é outro ponto alto e suas poucas aparições acabam se
tornando justificáveis: O monstro na verdade é uma metáfora para com a
depressão da protagonista, tratando-se de um artifício para a compreensão do
universo da mesma.
09. Sob a Pele
Sob a Pele é sem dúvida o filme
que mais debate gênero do ano 2014. O filme nos traz a história de uma
alienígena (interpretada por Scarlett Johansson) que vaga a terra em busca de
homens para matar, atraindo suas presas através da sedução. Um filme que começa
com um discurso (da não existente, deixemos claro) misandria aos poucos se
dissolve em uma compreensão, por parte da protagonista com o sexo masculino, de
humanidade e afeto. O que no final se revela um erro, levando em conta a
sequência final do filme.
Dirigido por Jonathan Glazer, que
até então só havia feito o duvidoso Reencarnação (2004), e apesar de perder um
pouco de seu ritmo da metade para o final, o filme se conclui de forma
satisfatória. E claro, é impossível falar sobre “Sob a Pele” sem destacar sua
trilha sonora: uma das melhores do ano.
Cartaz Sob a Pele (2014) |
08. Guardiões da Galáxia
Sim, um filme da Marvel no top 10
– famosa por trazer filmes genéricos e de fórmula repetitiva todos os anos – é
de tremenda estranheza mas, Guardiões da Galáxia merece destaque por apresentar
originalidade e valor a sua narrativa, principalmente no que se trata a
fotografia. Brincando com elementos como câmeras gravitacionais e falsos planos
sequências, é inevitável a percepção de um refinamento no ponto destacado.
Conta a história de Peter Quill (Chris Pratt) foi
abduzido da Terra quando ainda era criança. Adulto, fez carreira como saqueador
e ganhou o nome de Senhor das Estrelas. Quando rouba uma esfera valiosa, para
escapar do perigo Quill une forças com quatro personagens fora do sistema:
Groot, uma árvore humanóide (Vin Diesel), a sombria e perigosa Gamora (Zoe
Saldana), o guaxinim rápido no gatilho Rocket Racoon (Bradley Cooper) e o
vingativo Drax, o Destruidor (Dave Bautista).*
A qualidade do filme de forma alguma é
vista com surpresa (apesar da falta de qualidade na maioria dos filmes da
Marvel), pois trata-se de um filme dirigido por James Gunn. O diretor é
conhecido por ter feito filmes como Seres Rastejantes (b-sider de terror de
2006) e escrever Scooby-Doo (2002), ambos divertidos e com tramas bem amarradas...
o que reflete automaticamente no resultado final de Guardiões da Galáxia.
Cartaz Guardiões da Galáxia |
07. The Story of Descendents/All
Um filme que trata sobre a história da
banda Descendents, o nome mais relevante para o pop-punk, de uma forma sensível
e inspiradora (também com um dos motion graphics mais bonitos do ano).
Acompanhe a crítica completa aqui.
06. Ninfomaníaca
Lars Von Trier é sempre a polêmica de
todos os anos (refiro-me a ele como Lady Gaga do cinema, fazendo promessas para
obras que no final das contas não são tudo isso), depois do mediano
“Melancolia” (2012) a bola da vez foi com Ninfomaníaca. O filme que fora
dividido em duas partes (ordem da distribuidora, visando lucros maiores) é mais
uma vez abaixo daquilo que fora prometido, mas ainda assim é um filme
interessante e irreverente. Contando a história de uma ninfomaníaca chamada
Joe, interpretada por Charlotte Gainsborg, a qual é encontrada em um beco, por
um homem mais velho chamado Seligman (Stellan Skarsgard). A partir daí a história
de desenrola com uma retrospectiva narrada pela protagonista, e que é dividido
em dez partes, e é justamente essa divisão um dos pontos altos do filme. A
divisória narrativa permite que diferentes universos de Joe sejam apresentados
ao longo do filme, e a cada vez que um capítulo entra em cena elementos como
arte e direção de fotografia também apresentam suas variações. Outras
características do diretor também se fazem presentes (desde diálogos em off até
montagem com jump-cuts). No final das contas Von Trier realiza uma obra concisa
e coerente com o restante da carreira do autor: polêmica gratuita acompanhada
de qualidade técnica.
Confira os cinco primeiros colocados clicando aqui.
Confira os cinco primeiros colocados clicando aqui.
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